Por que a Prevenção ao Suicídio deve ser um Cuidado Constante
No dia 10 de setembro, temos o dia de Prevenção ao Suicídio, marcando a campanha do Setembro Amarelo. Que se torna a oportunidade de refletir sobre uma causa urgente: a prevenção ao suicídio. Essa campanha nacional, que ilumina de amarelo espaços públicos e privados, trazendo à tona uma conversa que muitos preferem evitar. No entanto, a pergunta que nos resta é: por que precisamos de um mês para lembrar algo que deveria ser motivo de atenção constante?
A origem da Campanha Setembro Amarelo
O Setembro Amarelo, no Brasil, surgiu em 2014 como uma iniciativa da ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria) e do CFM (Conselho Federal de Medicina). Seu o objetivo é claro: conscientizar a população sobre a prevenção ao suicídio e quebrar o estigma que envolve o tema. Esse movimento é importantíssimo, pois, segundo a Organização Mundial da Saúde, a cada 40 segundos, uma pessoa tira a própria vida em algum lugar do mundo.
A relevância da campanha
A campanha do Setembro Amarelo é essencial. Ela cria um espaço seguro para o diálogo, oferece informação e apoio, e, acima de tudo, lembra a todos que a vida vale a pena ser vivida, mesmo havendo momentos intensamente sombrios. No entanto, a realidade é que, para muitos, o setembro termina, mas a dor e o sofrimento continuam. Por isso, a campanha deve ser vista como um ponto de partida, e não como uma solução única.
Por que o Setembro Amarelo deve ser constante
A prevenção ao suicídio não pode ser limitada a um mês no calendário. Assim como as cores da campanha não desaparecem até o final de setembro, a necessidade de cuidar da saúde mental é constante e diária. As razões para isso são inúmeras:
1. Continuidade do Suporte: As dificuldades emocionais e os transtornos mentais não seguem um calendário. A dor emocional pode surgir ou intensificar em qualquer momento, e o apoio deve estar sempre disponível.
2. Quebra do Estigma: Um dos maiores desafios na prevenção ao suicídio é o estigma. Falar sobre saúde mental de maneira contínua ajuda a desmistificar os tabus e encoraja mais pessoas a buscarem ajuda sem medo de julgamento.
3. Promoção de Hábitos Saudáveis: A educação contínua sobre como lidar com as emoções e desenvolver mecanismos saudáveis de enfrentamento é essencial para a prevenção. Isso só é possível com uma abordagem diária e integrada à vida cotidiana.
4. Responsabilidade Coletiva: A prevenção ao suicídio é uma responsabilidade de todos: familiares, amigos, profissionais de saúde, educadores e da sociedade como um todo. Para que essa responsabilidade seja efetiva, é necessário um compromisso diário.
O legado do setembro amarelo será mais significativo se levarmos adiante a mensagem de cuidado e prevenção todos os dias do ano. A saúde mental é uma construção contínua, e cada dia é uma nova oportunidade para cuidar de si mesmo e dos outros.
Convido você a transformar o Setembro Amarelo em uma prática diária: ouça mais, julgue menos e estenda a mão sempre que puder. Afinal, a prevenção ao suicídio é uma atenção constante, não apenas uma campanha de setembro.
Referências sugeridas para leitura:
1. Organização Mundial da Saúde (OMS). Relatório mundial de prevenção ao suicídio. 2014.
2. Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Manual de prevenção ao suicídio. 2015.
Contato:
E-mail: larissacavalcanti.psicologa@gmail.com
