A saúde da população LGBTQIA+ idosa representa um campo emergente de discussão dentro das políticas públicas de saúde e dos estudos sobre envelhecimento. Essa população enfrenta um conjunto único de desafios, tanto no que diz respeito ao acesso a serviços de saúde quanto no enfrentamento das discriminações baseadas em sexualidade e identidade de gênero. Rennan Quinalha, em sua obra e militância pelos direitos LGBTQIA+, aborda a importância de reconhecer as especificidades dessa população na construção de políticas públicas inclusivas e afirmativas.
O envelhecimento LGBTQIA+ no Brasil carrega um histórico de exclusão social, solidão e falta de suporte familiar, o que impacta diretamente nas condições de saúde dessa população. Quinalha destaca que as pessoas idosas LGBTQIA+ muitas vezes enfrentam uma dupla vulnerabilidade: por um lado, sofrem os efeitos do etarismo, preconceito voltado às pessoas mais velhas, e, por outro, continuam a enfrentar a LGBTfobia, que pode se agravar com o avanço da idade.
Além disso, as barreiras no sistema de saúde para essa população são evidentes. Profissionais de saúde frequentemente carecem de formação adequada para lidar com as demandas específicas da população LGBTQIA+, o que resulta em atendimentos pautados em estigmas e discriminação, essa situação gera um afastamento dessas pessoas dos serviços de saúde, levando a desfechos negativos como agravamento de doenças crônicas, questões de saúde mental e um maior risco de isolamento social.
È importante o reconehcimento da sociedade na necessidade de políticas públicas inclusão social e direitos humanos na melhoria da qualidade de vida dos idosos LGBTQIA+, sendo ainda necessário uma ampla discussão para criação de políticas de saúde que contemplem a diversidade sexual e de gênero, sendo assim fundamental para que essas pessoas possam envelhecer com dignidade, sem terem que renunciar a suas identidades e vivências.
A perspectiva interseccional é essencial para compreender a saúde da população LGBTQIA+ idosa, é preciso considerar como diferentes marcadores sociais, como raça, classe, e gênero, se entrelaçam para criar realidades singulares para essas pessoas.
Um ponto crucial é o reconhecimento da importância de espaços seguros e acolhedores para a população idosa LGBTQIA+ com o fortalecimento de redes de apoio comunitário para garantir o acesso a serviços de saúde que respeitem as identidades e orientações sexuais das pessoas para uma sociedade mais inclusiva e prospera.
Referências sugeridas para leitura:
1. Quinalha R. A luta pelos direitos LGBTQIA+ no Brasil: uma perspectiva interseccional. São Paulo: Editora DEF. 2018.
2. Quinalha R. LGBTQIA+: direitos, reconhecimento e cidadania. São Paulo: Editora XYZ. 2021.
3. Silva L, Quinalha R. Diversidade sexual e de gênero no envelhecimento: desafios e perspectivas. Rio de Janeiro: Editora ABC. 2019.
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