Saúde da população idosa: febre do Oropouche no Brasil

A febre do Oropouche é uma arbovirose transmitida principalmente pelo mosquito Culicoides paraensis. No Brasil, essa doença representa um desafio significativo para a saúde pública, especialmente para a população idosa, que é mais suscetível a complicações graves devido ao envelhecimento e à presença de comorbidades.
Em 2024, até o dia 25 de agosto, foram confirmados 844 casos de febre do Oropouche entre pessoas com 60 anos ou mais. Os estados com maior número de casos incluem Amazonas (294), Rondônia (187), Bahia (89) e Espírito Santo (81). Entre os casos confirmados, 340 são em mulheres e 504 em homens. A distribuição por faixa etária mostra que a maioria dos casos ocorreu em pessoas entre 60 a 69 anos, com 529 registros. Na faixa de 70 a 79 anos, foram 246 casos, e entre aqueles com 80 anos ou mais, 69 casos foram confirmados.
A febre do Oropouche apresenta um quadro clínico semelhante a outras arboviroses, como dengue e chikungunya, com sintomas que incluem febre alta, dor de cabeça intensa, dores musculares e articulares e, em alguns casos, manifestações mais graves, como meningite asséptica e meningoencefalite. Em pessoas idosas, a doença pode ser ainda mais perigosa devido à presença de condições crônicas de saúde e ao declínio natural do sistema imunológico, o que aumenta o risco de complicações e óbitos.
Diante da crescente incidência da febre do Oropouche entre a população idosa, é imprescindível intensificar as ações de vigilância epidemiológica e de prevenção. Para proteger a população idosa, recomenda-se a implantação de estratégias de comunicação que orientem as pessoas sobre a importância das medidas de prevenção, especialmente aquelas que se deslocam para áreas com transmissão.
É fundamental evitar a exposição às picadas dos vetores, adotando medidas como a proteção das casas com mosquiteiros de malha fina nas portas e janelas, o uso de roupas claras que cubram as pernas e os braços e a aplicação de repelentes contendo DEET, IR3535 ou icaridina. Estes repelentes devem ser aplicados na pele ou nas roupas expostas, seguindo rigorosamente as instruções do rótulo do produto.
Além disso, atividades ao ar livre devem ser evitadas em locais de alta infestação de vetores. Sem uma vacina disponível, o controle do vetor e a prevenção da exposição permanecem as principais estratégias para proteger a saúde da população idosa no Brasil e mitigar o impacto da febre do Oropouche na saúde pública.

Referências sugeridas para leitura:
São Paulo (Estado). Nota Técnica Conjunta – n° 02/2024 – IAL/CVE/CCD/SES/SP. Disponível em: https://portal.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/doencas-de-transmissao-por-vetores-e-zoonoses/doc/febre-oropouche/nota_tecnica_esp_02.08.24_ial.pdf
Brasil. Ministério da Saúde. Oropouche. Painel Epidemiológico. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/o/oropouche/painel-epidemiologico

Contato:
E-mail: rfmoura@saude.sp.gov.br

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