A atuação dos profissionais de saúde, em especial dos psicólogos com abordagem suicidológica, é fundamental no processo de posvenção, que se refere ao conjunto de ações realizadas após a ocorrência de um suicídio. O objetivo principal é fornecer apoio emocional e psicológico a amigos e familiares enlutados, de modo a reduzir os impactos psicológicos adversos e prevenir a reprodução de suicídios no círculo social e familiar da vítima.
Estudos mostram que indivíduos que convivem com alguém que cometeu suicídio apresentam maior risco de desenvolver transtornos psiquiátricos, como depressão e ansiedade, aumentando o risco de suicídio futuro (O Brasil registra em média 13 mil suicídios por ano, e globalmente, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número ultrapassa 700 mil casos anuais (OMS, 2021).
Essas características, classificadas como uma questão de saúde pública, exigem uma abordagem multidisciplinar. Na pósvenção, os profissionais de saúde podem atuar em diversas frentes, desde o suporte terapêutico imediato até aulas comunitárias de longo prazo, auxiliando os sobreviventes do luto a analisar suas emoções e elaborar o trauma.
A literatura destaca que a criação de grupos de apoio e acompanhamento psicoterapêutico contínuo são estratégias eficazes na mitigação de impactos emocionais e na redução do risco de suicídio em familiares e amigos enlutados (Jordan & McIntosh, 2011).
Uma intervenção precoce e contínua é crucial para proporcionar um espaço de escuta empática e compreensão, elementos essenciais para além disso, é imperativo que as políticas públicas integrem ações de posvenção em suas estratégias de prevenção ao suicídio, capacitando os profissionais de saúde para lidar com essa realidade de forma adequada. O apoio psicológico aos enlutados deve ser reconhecido como uma prioridade no combate à recorrência do suicídio, protegendo a saúde mental dessas populações vulneráveis.
Sugestão para leitura:
1. Jordan & McIntosh. Luto após o suicídio: Compreendendo as consequências e cuidando dos sobreviventes. 2011.
2. Shneidman ES. Compreendendo o suicídio: marcos na suicidalidade do século XX.
3. QUEM. Prevenção do suicídio: um imperativo global. Saúde mundial.
4. OMS. Suicídio. 2021.
Contato:
E-mail: contratacao@sfgestao.br