A dinâmica demográfica do Brasil reflete diretamente na saúde da população idosa. Com o envelhecimento progressivo, impulsionado pela redução da taxa de fecundidade e pelo aumento da expectativa de vida, o país testemunha uma transformação significativa em sua estrutura etária. Segundo dados do Censo Demográfico 2022, do IBGE, a população de pessoas idosas, definida como aquelas com 60 anos ou mais, atingiu 32.113.490 indivíduos, representando um crescimento de 56,0% comparado com 2010.
O aumento da longevidade traz consigo desafios e demandas específicas para o sistema de saúde, uma vez que o envelhecimento está associado a um maior risco de doenças crônicas, incapacidades e fragilidades. Esse crescimento populacional dos diversos grupos etários a partir dos 60 anos de idade, com destaque para os grupos de 60 a 64 anos e de 65-69 anos, evidencia a necessidade de políticas públicas e programas de saúde voltados para o atendimento das demandas dessa parcela da população.
A distribuição geográfica da população idosa também é um aspecto relevante a ser considerado. Enquanto as regiões Norte e Nordeste apresentam estruturas mais jovens, as regiões Sudeste e Sul destacam-se por uma população mais envelhecida. Essas disparidades regionais têm implicações diretas na organização dos serviços de saúde, exigindo abordagens diferenciadas para atender às necessidades específicas de cada contexto.
O índice de envelhecimento, que relaciona a proporção de pessoas idosas com as de 0 a 14 anos, é outro indicador relevante. O Brasil apresentou um índice de envelhecimento de 80% em 2022. Esse fenômeno pode sobrecarregar o sistema de saúde, demandando uma reestruturação para garantir o acesso equitativo e a qualidade dos serviços prestados à população idosa. Além disso, a análise do índice de envelhecimento segundo as classes de tamanho populacional dos municípios revela tendências interessantes.
Municípios menos populosos tendem a ter índices de envelhecimento mais elevados, possivelmente devido ao êxodo de pessoas em idade economicamente ativa para áreas urbanas mais desenvolvidas. Esse movimento demográfico tem implicações na oferta de serviços de saúde nessas regiões, exigindo estratégias específicas para garantir o acesso à saúde da população idosa em áreas rurais e de menor densidade populacional.
Em suma, os aspectos demográficos do Brasil, incluindo o envelhecimento populacional e suas disparidades regionais, têm importantes implicações para a saúde da população idosa. É fundamental que políticas públicas e estratégias de saúde sejam formuladas levando em consideração essas características, visando promover o envelhecimento saudável e a qualidade de vida dessa parcela da sociedade.
Sugestão para leitura:
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. População por idade e sexo. Brasil, Grandes Regiões e Unidades de Federação. Pessoas idosas (60 anos ou mais de idade). Disponível em: file:///C:/Users/d926186/Downloads/livreto-idade-e-sexo-digital-revisao2.pdf
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