A população mundial está em constante crescimento, projetando-se alcançar 8,5 bilhões em 2030; 9,7 bilhões em 2050 e 11,2 bilhões em 2100, segundo os dados da Organização das Nações Unidas 2015. Esse aumento populacional traz consigo a complexa dinâmica da transição demográfica, um fenômeno que teve seu início na Europa no século XIX e que agora se espalha pelo globo, apresentando desafios e oportunidades para o desenvolvimento sustentável. Uma das facetas mais marcantes dessa transição é o envelhecimento populacional, onde a população idosa, com 60 anos ou mais, é prevista para mais que dobrar até 2050 e triplicar até 2100, impulsionada pela desaceleração do crescimento populacional e pelo aumento da expectativa de vida.
O envelhecimento populacional, resultado da transição demográfica, é um fenômeno complexo que está intrinsecamente relacionado às mudanças econômicas, sociais e de saúde. Prevê-se um aumento significativo da população idosa em várias partes do mundo até 2050, com previsões alarmantes para a Europa, onde espera-se que 34% da população tenha mais de 60 anos, e para outras regiões como América Latina, Caribe, Ásia e África, que também estão destinadas a experimentar um rápido envelhecimento.
Esse cenário coloca o envelhecimento populacional como uma questão política e econômica global de grande relevância, com países como Japão, União Europeia, América do Norte, entre outros, enfrentando desafios em adaptar suas políticas públicas e sistemas de saúde para atender a uma proporção crescente de idosos. O Brasil, por exemplo, verá seu número de idosos triplicar até 2050, o que demanda medidas urgentes para garantir o bem-estar dessa crescente parcela da população.
Apesar dos desafios, observa-se um aumento significativo na expectativa de vida nos países menos desenvolvidos, contribuindo para o crescimento global da população idosa. Prevê-se que as disparidades na expectativa de vida diminuam até meados do século, mas o número absoluto de idosos continuará a aumentar, atingindo 2,1 bilhões em 2050 e potencialmente alcançando 3,2 bilhões em 2100. Em 2015, a população idosa representava 12% da população global, com a Europa liderando com a maior porcentagem de idosos. Espera-se que até 2050, todas as principais áreas do mundo, exceto a África, tenham quase um quarto ou mais de sua população com 60 anos ou mais. O número de idosos no mundo está projetado para aumentar, sendo inevitável um maior número de idosos no curto a médio prazo, considerando que as coortes relevantes já estão vivas. Nesse sentido, pensar em saúde é imprescindível.
Referências sugeridas para leitura:
1. Brasil. Câmara dos Deputados. Centro de Estudos e Debates Estratégicos. Consultoria Legislativa. Brasil 2050: desafios de uma nação que envelhece. Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara. 2017.
2. ONU – United Nations Organization. New York: United Nations, Department of Economics and Social Affairs, Population Division. 2015.
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