A paternidade como acesso para a saúde do homem

Paternidade e Cuidado como acesso para a saúde do homem, versa incentivar os homens a acompanharem suas parceiras às consultas de pré-natal e promover a ideia de que a participação dos homens nestas consultas também pode melhorar o acesso aos serviços de saúde e servir como um momento para promover o autocuidado e a educação para a saúde.
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), tem como objetivo promover e ampliar oportunidades de qualidade para homens de 20 a 59 anos de acesso a medidas e serviços de saúde integrados na rede SUS na perspectiva de gênero, utilizando iniciativas socioculturais, perspectiva relacional e respeito ao design. A lógica dos percursos de cuidados integrados ajuda eficazmente a reduzir a morbilidade e a mortalidade e a melhorar o estado de saúde desta população.
As ações sendo realizadas traz um grande potencial para ajudar a alcançar um dos principais objetivos dessa política de saúde: expandir o acesso e a aceitação dos homens aos serviços e programas de saúde, bem como às práticas de cuidados de saúde universalmente disponibilizadas no Sistema Único de Saúde.

Estas ações procuram ressaltar a importância de:
Disseminar imagens e mensagens positivas sobre pais e paternidade, reconhecendo a importância do papel dos pais para a socialização e a educação das crianças, considerando a complexidade deste papel, muito além da visão tradicional onde pai significa apenas provedor.
Sensibilizar e qualificar os trabalhadores da saúde para acolher e envolver os pais/parceiros desde o teste de gravidez, permitindo que estes se identifiquem com a proposta e possam vincular-se desde cedo a esta criança que virá a nascer, com especial atenção aos pais adolescentes e jovens.
Explicar para a gestante e para o pai/parceiro os benefícios da participação dele em todas as etapas da gestação, desde as consultas de pré-natal até o momento do parto e do pós-parto.
Informar a população sobre os direitos dos pais, como por exemplo, a licença paternidade de 05 (cinco) dias, garantidos por lei.
Incentivar e orientar pais e mães sobre a importância do registro civil de nascimento de seus filhos(as), com especial atenção para pais e mães adolescentes e jovens.
Divulgar amplamente a Lei do Acompanhante nº 11.108/2005, estimulando que esse acompanhante – inclusive no caso de pais adolescentes – seja o pai/parceiro, respeitando a livre escolha da mulher.
Valorizar a participação do pai/parceiro em ações simples durante todo o trabalho de parto, como o suporte à sua parceira, realizando o clampeamento (corte) do cordão umbilical e o primeiro banho, por exemplo.
Destacar a presença do pai/parceiro incluindo o nome dele na placa de identificação dos recém-nascidos e nos consultórios dos serviços de saúde.
Ressaltar que o pai/parceiro nunca deve ser visto como umavisita”, mas como protagonista desta família, devendo ter livre e irrestrito acesso a sua parceira e ao seu filho no ambiente onde se encontrem.
Convidar o pai/parceiro a engajar-se no método canguru, caso o recém-nascido seja prematuro.
Orientar como o pai/parceiro pode estimular e favorecer a amamentação de sua parceira, além de dividir as atividades domésticas e tarefas de cuidado com a criança.

Por todas estas ações, a PNAISH sublinha a importância de repensar continuamente a construção social do gênero, centrada na masculinidade, num esforço para quebrar os papéis estereotipados que privam os homens de saúde, cuidados, emoções e criar relações mais justas e humanas com suas parceiras afetivas e sexuais.
Há também uma necessidade de se pensar e desenvolver intervenções de saúde fora dos quadros biológicos e heterossexuais, reconhecendo e valorizando assim as diferentes circunstâncias familiares existentes e as desiguais oportunidades de vivenciar a paternidade, por exemplo com casais homossexuais, famílias monoparentais, jovens ou idosos e homens que desempenham o papel de pai como (avô, tio, namorado, padrasto, etc.).
Para tanto, a política pretende enfatizar que modelos positivos de masculinidade também devem ser valorizados durante a gravidez e posterior cuidado dos filhos e filhas, baseados na relação entre os gêneros de cooperação, diálogo, respeito, cuidado, não violência e respeito à diversidade, pluralismo cultura e justiça como princípios fundamentais.

Sugestão para leitura:
1. Ministério da Saúde. Guia do pré-natal do parceiro para profissionais de Saúde. 2018. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pre_natal_profissionais_saude.pdf
2. Rede Nacional Primeira Infância. 2018. Direitos dos homens para o exercício da paternidade ativa. Disponível em: https://primeirainfancia.org.br/noticias/direitos-dos-homens-para-o-exercicio-da-paternidade-ativa/

Contato:
E-mail: dr.luizmaia@gmail.com

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Nossos Colunistas

Colunas por Categoria

Outros Artigos
Siga-nos
Abrir bate-papo
Precisa de ajuda?
Olá
Podemos ajudá-lo?